A série Ninja Gaiden é uma das mais difíceis que já apareceram na história dos games. Cada um de seus jogos, desafia o jogador a se superar em cada momento, fazendo com que se sinta testado a cada momento. Foi assim com os primeiros games do NES e com os mais recentes do X-box. Com Dragon Sword, se existia uma grande dúvida: será possível manter o nível da série em um portátil, e mais, com controles exclusivamente feitos com a tela de toque? A pergunta foi respondida da melhor forma possível: Ninja Gaiden Dragon Sword é sim um game da série e com controles de se fazer inveja a muito game do DS.
Hey, hey, hey, Hayabusa é nosso rei
A história de Ninja Gaiden: Dragon Sword acontece um pouco depois da conclusão do game original lançado no Xbox, quando Ryu Hayabusa desmantela o Império Vigoor e destrói a Dark Dragon Blade. Porém é descoberto que ainda existe uma maneira de recriar a maligna espada, e ainda por cima de acumular poderes inimagináveis. O problema é que para que isso seja possível, é necessário também fazer uso de uma pedra mística mantida sob segurança do clã Hayabusa. E é aí que a coisa toda começa. Momiji, uma linda ninja encarregada de proteger tal preciosidade, é raptada por um grupo de ninjas malignos e cabe a Ryu impedir que o pior aconteça. A trama é toda contada através de ilustrações no estilo manga, oferecendo inúmeros detalhes sobre a trama.
Como deu pra perceber, o enredo está no nível do melhores games da série. Tudo é bastante claro na história, o roteiro é muito bem feito, e o desenrolar dos fatos é sem enrolação e eficiente.
Mas vamos a jogabilidade do game. O ponto crucial de Ninja Gaiden está na agilidade. A facilidade de se movimentar e a variedade dos comandos é a chave para o sucesso. Controlar o game inteiramente com a tela de toque poderia parecer uma bobagem a principio, mas curiosamente, a mão de Itadaki inovou e corrigiu tudo.
A coisa toda funciona desta maneira: para fazer com que Ryu se movimente pelos cenários pré-rendeizados, o jogador precisa somente tocar em uma parte do cenário e manter a stylus ali enquanto Ryu rapidamente corre para o local indicado. É possível até mesmo passear com a pequena canetinha na tela, percorrendo o cenário com bastante agilidade e eficiência. Para pular, basta ''riscar'' rapidamente no sentido vertical e ao repetir tal ação, o ninja executa um pulo duplo. Para executar a clássica técnica de subir em locais inalcançáveis pulando de parede em parede basta repetir o processo de riscar verticalmente o tempo que for necessário, preocupando-se somente com o timing com que o movimento precisa ser executado.
Agora vamos à parte em que as coisas começam a ficar um pouco mais complexas: as batalhas. Para atacar um inimigo, o jogador só precisa riscar rapidamente sobre ele no qual deseja golpear para que Hayabusa corra rapidamente até o local atacando ferozmente seu adversário. Ao fazer uma sucessão de riscos, o ninja executa então seus clássicos combos de ataques, golpeando o inimigo repetidas vezes. É necessário ter bastante cuidado e calma ao executar tal movimento, já que qualquer passo em falso faz com que Hayabusa abra a sua guarda, dando a oportunidade de ser golpeado sem dó nem piedade. Ainda é possível atirar projéteis contra seus adversários, como shurikens e flechas bastando dar um toque simples em cima do alvo. Isso também serve na hora de resolver alguns puzzles que exigem pontaria e timing do jogador. Os mais habilidosos vão acabar encontrando uma maneira de tirar proveito dos dois movimentos ao mesmo tempo, atacando o adversário com uma sucessão de golpes seguida de ataques à distância, ou vice-versa. Neste caso a imaginação de cada um é que realmente conta.
Mas é claro que isso é somente o básico do básico. Nesta versão, Hayabusa também tem acesso a algumas técnicas especiais que permitem que o jogador execute seqüências devastadoras de golpes. A parte ruim disso é que, diferente das versões para console, Ryu só conta com três destas técnicas, as principais diga-se de passagem. A primeira é a clássica Izuna Drop, onde Ryu arremessa o adversário para o alto, pula, segura-o de cabeça para baixo e cai rodopiando, detonando o miserável e todos aqueles que estiverem por perto no momento da queda. A sua execução é mais complexa: o jogador deve riscar rapidamente para baixo e para cima e enquanto o inimigo estiver no alto, deve pular riscando novamente para cima, tudo muito rápido. Complicado? Sim, bastante. Mas esta é uma das grandes características da série e aqui a coisa não poderia ser diferente. É claro que com o tempo o jogador acaba assimilando melhor os movimentos, o que lhe garante maior agilidade. Em relação às outras duas técnicas, decidimos deixar por conta do jogador, para não estragar a surpresa, mas advertimos que a coisa fica ainda mais complicada.
E é claro, Ninja Gaiden não é Ninja Gaiden sem os famosos Ninpos. Para quem não conhece, tratam-se de técnicas secretas dos Ninjas que provém ao usuário habilidades incríveis como evocar uma gigante bola de fogo ou simplesmente regenerar rapidamente seus ferimentos. Para executar tais habilidades especiais, é necessário clicar no ícone posicionado do lado esquerdo da barra de energia de Hayabusa. Após isso a ação fica paralisada e o jogador precisa ''escrever'' um ideograma que aparece na tela. A bem da verdade a coisa toda funciona quando o jogador preenche o interior do ideograma, sem a necessidade de seguir o seu formato corretamente durante a escrita. Alguns Ninpos podem ser usados não só para detonar seus adversários mas também para abrir caminho e solucionar alguns quebra-cabeças como acender uma taça com fogo ou destruir uma grande pedra com poderosos raios. Cabe ao jogador saber a hora correta de usar cada um, já que os resultados podem ser bastante distintos. No encanto, e curiosamente, o jogador não vai ver uma gota de sangue durante o jogo inteiro, pois a empresa deu uma amenizada para alcançar um público maior, sacrificando uma característica marcante do game.
Visual convencional, som competente
No aspecto técnico, Dragon Sword não faz feio. A movimentação dos personagens nos cenários pré-renderizados em 3d, somado aos efeitos especias das batalhas e dos golpes, mostra que esse é um dos games que mais aproveitou a capacidade do DS. Rivaliza com Phantom Hourglass na movimentação e animação.
Os cenários são muito bem trabalhados, apesar de alguns atrapalharem o uso de parte dos golpes. A trilha sonora é boa, Um fato curioso é que algumas músicas são aproveitadas do original para o Xbox, o que já garante certa qualidade. As músicas novas seguem o mesmo esquema, todas muito bem compostas se encaixando perfeitamente com o tema de algumas fases. O mais legal é que de vez em quando temos a chance de ouvir o jingle refeito do primeiro Ninja Gaiden, para Nintendinho, ao iniciar uma fase. Nostalgia pura. Os efeitos sonoros também são bem utilizados, seguindo o padrão de qualidade apresentado nos consoles de mesa. A única reclamação fica por conta da divisão de som estéreo.
Bom game, mas curto
Deu pra perceber que não achei muitos defeitos no game. Dragon Sword é um belo exemplo de competência técnica, uso da tela sensível e de jogabilidade genial. Com uma história densa, visual acima da média e design rico e diferente. Só há dois problema: a dificuldade e a longevidade. Senti falta de me irritar pra passar de algumas fases. Tudo parece certinho de mais. Não há erros graves, nem graves erros. Ninja Gaiden Dragon Sword é competente, mas não surpreendente.
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